quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Como entender...


Quando nada mais é sobre você de verdade? Como se você fosse outra pessoa e só lá dentro existisse você de verdade, mas nunca pode deixar aparecer. Não de uma forma falsa, como fingir ser outro tipo de pessoa.
É como precisar ser assim e sempre te verem assim, que é normal, até confortável às vezes.
Mas na verdade o que mais falta é te enxergarem de verdade. E não é como se você tivesse uma máscara. É como se os outros tivessem uma. As coisas que você nunca fala, que você nunca impõe, que você nunca briga, que você nunca perdoa, que você nunca se acostuma, que você não espera mais e as que você espera.
E tudo é como se nada mais fosse sobre você, porque o tempo passa e as pessoas mudam. Mas você está lá, igual ou não, no mesmo lugar, esperando. Mas esperando o quê? Promessas de invernos passados, de verões passados, apenas promessas de aniversários passados. Então de repente as outras pessoas não estão de máscaras e é você mesmo que está, sem saber, como segurança. E liberdade é o que precisa, liberdade para ser você mesmo, para correr atrás de seus sonhos, para quebrar a cara por suas decisões e não pela dos outros. E você fica apenas sentindo que essa não é você e que você sabe como é de verdade, mas não pode ser. O tempo passa e vai passar por cima dos planos, dos sonhos, das pessoas, de você. E é como se você não fosse o que é e ninguém consegue ver. Todos estão mudando, estão indo embora ou ficando, mas em outro lugar, não com você, porque é assim que a vida é. E você diz que está tudo bem, que não se importa, que está no lugar. Mas na verdade nada está bem, isso tudo importa tanto que você chora em silêncio olhando para o nada e tudo está fora do lugar, porque, aliás, até agora nunca esteve no lugar. Antes não era verdade, quando estava no lugar, era apenas algo que parecia verdade e acabou antes de ser mesmo. Quando nada mais é sobre você? Quando nada nunca foi sobre você? Nem sequer pode fugir de si mesmo. É como estar em um mar revolto sem saber nadar, mas não se afogar. Sabe que esse meio termo é o pior, sempre é o pior e sempre é nele que você está. É estar caindo aos pedaços e fingindo um sorriso. É estar perdendo a fé e dizendo para que os outros não percam. É estar andando em círculos. É estar de máscara e não poder tirar. É se sentir assim e só assim sem poder mudar.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ei, faltaram meus créditos no final desse texto, que é meu!
    http://mybloodlines.blogspot.com/2010/12/just-its-not-me.html

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